Em meio a uma infinidade de produtores, uvas, regiões e rótulos que povoam atualmente as prateleiras, dificilmente nos deparamos com o nome 'Gamay' (pronuncia-se Gaymé). Em contrapartida, o principal vinho feito dessa uva muitas vezes aparece e passa despercebido diante de nós. Trata-se do clássico Beaujolais.
Cultivada desde o século 14, na França, ao norte de Lyon, a uva recebeu seu nome da pequena vila borgonhesa de Gamay. Devido à facilidade de cultivo e à vindima antecipada logo se tornou popular entre os produtores. Em 1395, Philippe le Hardi (o Bravo), duque da Borgonha, proibiu o cultivo de Gamay na maior parte da região por considerá-la inferior e uma afronta à nobre Pinot Noir. Outros países que cultivam a Gamay são os Estados Unidos, a Itália, o Canadá, a Croácia, a Sérvia, a Macedônia e, principalmente, a Suíça, que tem vasto cultivo e produz ótimos vinho da cepa.
O Beaujolais
É na região de Beaujolais, ao sul da Borgonha, que se encontra a maior concentração de cepas de Gamay do planeta. Dessa região vem seu vinho mais famoso, elaborado com 100% da uva e cuja denominação leva o próprio nome da região, Beaujolais.
A associação da Gamay ao Beujolais é tão grande que algumas vinícolas da Califórnia a identificam erroneamente como 'Gamay Beaujoalais'. Muito comum também é considerarem Beaujolais como sendo a uva e não a denominação.
Sua popularização deu-se nos anos 80, época do surgimento do Beaujolais Nouveau, fruto de uma jogada de marketing de negociantes franceses. Barato, simples e de baixa qualidade, espalhou-se pelo mundo difundindo uma imagem negativa do vinho, além de reduzir muito a produção de Beaujolais de melhor qualidade. Atualmente, porém, a situação vem se transformando e vários produtores vêm dando ênfase a vinhos mais complexos e refinados.
Leve, perfumado e fresco, o Beaujolais ainda perde muito espaço para os vinhos super concentrados e potentes. Mas o que o torna especial são justamente suas características.
Fácil de beber e pouco enjoativo, vai muito bem sem acompanhamento e, graças à sua leveza e frescor, é bastante agradável mesmo em dias mais quentes. É o tipo de vinho tinto ideal para países de clima quente como o nosso.
Comentários
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