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Pensando em enoinvestimentos


Vinhos de alta qualidade podem proporcionar uma degustação inesquecível, além de uma deliciosa e rentável forma de diversificar as aplicações financeiras.


A euforia que se sente ao usar saca-rolhas para abir a garrafa de um vinho excepcional pode ser a mesma ou, às vezes, até mais intensa do que a de deixá-la intacta - pelo menos, para os que apostam em investir em vinhos e alta qualidade para gerar renda. Prática muito comum em países da Europa, da Ásia e do Oriente Médio, investir em vinhos desponta como uma opção surpreendentemente rentável e segura.

De acordo com algumas estimativas do mercado de investimento, esse tipo de aplicação movimenta cerca de 1,2 bilhão de dólares ao ano. A Vino Invest, por exemplo, é uma empresa que, sediada em Londres, atua mundialmente representand mais de 280 clientes interessados em adquirir rótulos na expectativa de transformá-los em bons rendimentos. "Trata-se de um investimento que consegue proporcionar retorno de 20% ao ano, desde que se espere pelo menos quatro anos para revender o vinho. Além do mais, esse é um mercado mais estável e seguro do que a Bolsa de Valores", explica Paulo Martins, dono da Vino Invest.

Os vinhos mais procurados para realizar esse tipo de negociação são os franceses das regiões de Bordeaux e da Borgonha, que se valorizam mais a cada ano em que ficam guardados. Para ilustrar como os rendimentos são atraentes, uma caixa com 12 garrafas do Château Latife Rothschild, safra 1986, valia em agosto 2003 cerca de 3 mil dólares. Em agosto de 2008, a mesma caixa já estava na casa dos 12 mil dólares, um ganho de quase 300%. Tentador não?

"As garrafas francesas são uma aposta segura, pois vivem de 30 a 40 anos. Isso é uma garantia de que estão em perfeitas condições para serem consumidas em um longo espaço de tempo e também de que oferecem uma enorme flexibilidade, pois é possível investir durante 20 anos ou mais sem que o vinho perca a capacidade de crescimento financeiro", revela Martins. Sem contar que, por lei, alguns chateaux franceses têm limite de produção anual, valendo-se da máxima econômica de que, quanto menor a oferta, mais elevados são os preços. É ganho na certa.


Leilões


Os leilões são realizados frequentemente em algumas casas famosas como Stheby's, Berry Bros & Rudd e Christie's Fine Wine Auction, podendo movimentar cerca de 4 milhões de dólares em apenas algumas semanas. JossFowler, da Berry Bros. & Rudd's Fine Wine Team, comenta que os preços de vinhos finos têm aumentado nos últimos 20 anos, potencializados pelo interesse de mercados emergentes, como a Coreia do Sul e a China. "E, se o mercado for abalado - isso em caso do pior cenário -, você ainda pode beber seu investimento", sugere. Aqui, no Brasil, os leilões de vinhos são mais discretos, mas algumas casas do Rio de Janeiro e de São Paulo procuram realizá-los durante o ano, em geral como forma de reverter a renda para alguma entidade beneficente.

Apesar da alta rentabilidade, os investimentos em vinhos também sofreram queda com a atual crise financeira. "Muitos investidores perderam tanto dinheiro dinheiro que, neste momento, têm medo até de colocar o dinheiro a prazo nos bancos".

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