Pular para o conteúdo principal

Pressão por Mudanças

Produtores nacionais de vinhos alertam para a crise no setor e clamam por redução da carga tributária e por proteções contra os importados de baixa qualidade.

O setor vitivinícola pde socorro. No último dia 3 de julho, em Porto Alegre, cerca de 4.500 manifestantes, provenientes de cidades que produzem uva e vinho no país, se reuniram em frente ao prédio do Ministério da Fazenda para exigir do Governo soluções imediatas que amenizem a crise que afeta dezenas de empresas e a renda de mais de 100 mil pessoas que trabalham nesse mercado em todo Brasil. O protesto foi a primeira série de ações conjutas que serão de ações conjuntas que serão organizadas por mais de 30 entidades setoriais que compõem o Movimento em defesa da Uva e dos Vinhos do Brasil.
Alguns dados revelam a gravidade da situação. Até 2002, os vinhos finos nacionais respondiam por 51,1% das vendas no mercado interno, contra 12,5% do Chile e 7,8% da Argentina, os dois países que mais exportam para o Brasil.
As estatísticas do primeiro trimestre deste ano apontam para uma inversão preocupante. Segundo dados do Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho -, nossa fatia caiu para 20%, enquanto a do subiu para 30% e a da Argentina, para 20%.
Apesar da troca de posições, os números revelam que o consumo cresce 15% ao ano no país, mostrando bastante promissor. "As vinícolas nacionais investiam pesado para melhorar a qualidade do produto nacional afim de aproveitar o aumento da demanda. Porém, ocorre que o brasileiro está tomando vinho ruim da Argentina e do Chile de até R$ 4 a garrafa", explica Ângelo Salton, presidente da Vinícola Salton.
Os maiores estoques da história do setor também são outro pesadelo. Até o final deste ano, cerca de 270 milhões de litros de vinhos ficarão sem destinação. Os representantes das entidades pedem ao Governo apoio paa reduzir em 25% este patamar por meio da criação de instrumentos de controle e da formação de estoques reguladores que possam garantir a colocação total da próxima safra.


Tributação



Um dos remédios que pode aliviar a situação é a nova Lei 11.727, que trata da tributação do vinho, sancionada em 23 de junho deste ano. A principal alteração deve ocorrer na forma da cobrança de impostos para vinhos importados, que hoje é de 27% do valor total da carga, passando a taxar as garrafas por quantidade de litros. A Receita Federal deverá definir a alíquota nos próximos meses.


O presidente executivo do Ibravin, Carlos Paviani, afirma que seria um patamar justo aplicar um valor médio de R$ 10 de imposto por litro de vinho. Na opinião do especialista a medida atenderia as expectativas da indústria nacional e também dos importadores que atuam de forma lícita e que trazem rótulos de qualidade. "Isso inibirá a entrada de bebidas ruins, facilitará a fiscalização no combate ao contrabando e ao subfaturamento e aumentará a competitividade de nossos produtores", afirma.
A proposta é polêmica e severamente criticada pelo empresário Ciro Lilla proprietário da Mistral, uma das mais importantes do país. "Acho esse valor um absurdo e, se adotado, significaria o fim do vinho no Brasil, inclusive do nacional. O valor médio hoje é de cerca R$ 1,5 por litro. Acho que o máximo aceitável seria da ordem de R$ 2 por litro, o que já significaria um aumento enorme para os vinhos mais baratos", contesta.
Com relação à carga tributária interna, que hoje varia entre 42% e 50% do custo de uma garrafa (IPI, PIS, Cofins, ICMS e contribuição sobre lucro), as entidades do setor pedem a redução destes tributos e também que haja uma diferenciação entre as taxas incidentes nos produtos genuínos e as dos que imitam vinho, como sangria, coquetéis e bebidas alcoólicas mistas. Além disso, seria necessário equalizar o ICMS de todo o país para o patamar mais baixo, que é de 12%, cobrado no Rio Grande do Sul.
As regras da nova lei não valem para esses grandes exportadores, protegidos por acordos bilaterais. Atualmente, a situação com a Argentina é bem complexa, há um imposto mínimo em vigor, de US$ 8 para cada caixa de 12 garrafas, quem segundo a indústria brasileira, está muito defasado devido à desvalorização do dólar e do peso.
No fim de junho, representantes do setor e de quatro ministérios brasileiros estiveram em reunião em Buenos Aires para tentar convencer os argentinos a aceitar a elevação da alíquota para US$ 22 por caixa, o que reduziria a entrada de vinhos muito baratos de baixíssima qualidade. A proposta foi rejeitada e o Governo brasileiro deverá marcar novas rodadas para discutir o tema.
Já com o Chile a situação é diferente, porém não menos delicada. Os produtores de lá paam 13,5% de impostos para enviar suas garrafas sobre o valor total da carga, metade da alíquota que recai, por exemplo, aos exportadores europeus. As negociações com o país andino seguem lentas e a evolução para possíveis mudanças deve demorar ainda alguns meses.

VINHOS DO BRASIL


Para mostrar ao público a qualidade dos produtos nacionais, o Ibravin está investindo R$ 1,8 milhão na
campanha publicitária que traz o mote "Vinhos do Brasil, uma ba escolha".
Os anúncios estão sendo veiculados na TV Globo, em 43 inserções de 30 segundos cada. A expectativa do Instituto é atingir 50 milhões de telespectadores e contribuir para que haja uma reversão da queda de vendas, e quem sabe um crescimento de 5% ainda este ano.








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vinícola ou vitivinícola?

Na verdade os 2 termos tem significado diferente; Vinícola é o lugar onde se produz o vinho, que para ser uma vitivinícola tem que ter toda a sua produção de uvas própria, ou seja não comprar a matéria prima de terceiros. Isso traz um valor agregado muito grande ao vinho, já que sua produção fica limitada, diminuindo sua oferta, o cultivo das videiras aos olhos do dono tendem a dar um aspecto artesanal ao vinho, já que todo o processo é feito no mesmo local e as garrafas dificilmente serão encontradas espalhadas por ai em qualquer vendinha devido a produção ser em baixa escala.

o Hábito do Vinho

Estávamos em uma roda de amigos apreciando um vinho e comendo alguns tipos de queijo, aqui no Brasil mesmo, São Paulo 22º, noite de uma sexta-feira comum; O grande assunto, porque não temos o hábito de tomar vinho no Brasil? A primeira coisa foi o clima a segunda o preço, eu discordei da primeira e conto a seguir o motivo. Roma 28º graus, horário de almoço as opções do cardápio da PROMOÇÃO de qualquer restaurante eram pasta e uma bebida, refrigerante, vinho ou água. Em Madrid as mesmas promoções em 3 pessoas te trazem logo uma garrafa de vinho. Obviamente não tenho a resposta para nosso hábito é necessário um estudo já que copiamos tantas coisas, mas talvez a grande questão seja o preço mesmo;

Água em vinho.

Melhor ou pior são opiniões, ocasiões e méritos não discutíveis em um único post. Então serei como em raras vezes politicamente correto, ambos tem sua vital importância e ponto. Ao assunto que venho a postar, uma historia tão antiga, termo de comparações de melhoras que usamos eventualmente para destacar surpreendentes mudanças que presenciamos durante a vida. Sejam elas de pessoas, casas, objetos e afins. "Você mudou da água para o vinho". Conhecemos a expressão como vinda da bíblia graças a nossa educação Judaico cristã. Embora tenha que admitir que várias expressões, lições de moral e fatos ocorridos quase como certos foram tirados da época vivida a sua escrita. Assim como também outra mitologia greco romana usava de suas historias heroicas com Deuses, para sempre mostrar uma visão moral sem aprofundar no tema religião, nos transpormos, por favor, a épocas passadas. Por que seria o vinho uma transformação positiva da água? Logo na transformação já vemos algum sentido no ve...