Eram fantásticas as festas, sempre regadas a vinho. A moral
cristã não existia. Naquela época reverenciávamos cada momento um Deus,
referente ao tema proposto, como muitos hoje escolhem santos para causas
específicas. Logicamente alguns tinham
suas preferências motivos particulares que não cabe uma descrição. Voltemos
para a orgia. Ah, os bacanais, as farturas de vinho, e especiarias. Isso era
bom até de se ver. Falo com propriedade, apenas servia nessas festas. Mas não
era um trabalho ruim, bom estar perto de tudo que se gosta. Uma vez a senhora
da casa chamou-me bêbada e deu-me uma uva na boca. Depois riu e gritou comigo,
achei humilhante, porém confesso que gozei na hora que gritou.
Ninguém viu, não souberam de nada. Todavia não conseguia
pensar em outra coisa. Desde então o trabalho não rendia mais. Fui vendido dali
para o campo. Continue trabalhando dentro da residência, no entanto em um lugar
ermo demais. Sempre fui pacato o que me ajudou a fugir. Nunca vi um mapa, já
havia escutado falar em escola. Só servi a vida inteira, mas nada sabia.
De tão inútil para as demais coisas que quando me acharam a
menos de 500 metros dali dois dias depois, me deram como perdido. Alimentaram-me,
tiveram dó de mim. Aquilo me entristeceu profundamente nem como culpado servia.
Era inocente de tudo, até de mim mesmo.
Resolvi maltratar fazer o errado, sentir-se sendo mau. Agora
para chatear alguém que não eu mesmo. Desci até a bodega, pelos fundos da casa
na calada da noite. Tentei tomar um pouco de vinho pelo enorme tonel. Como servir-me
parecia nunca dar certo, a torneira emperrou. Fui pelo alto da escada abri o
alto do barril com uma foice, atirei-me dentro. Que Baco me ajude.
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