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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Enogastronomia

Que vinho escolher para harmonizar com cada comida? Neste número apresentamos a continuação da máteria iniciada no número anterior, em que revivemos os princípios básicos da harmonização e examinamos cada um dos componentes gustativos, texturas e aromas, que influenciam numa boa harmonização e constituem os fundamentos das regras comumente utilizadas na prática enogastronomica. Nesta parte, vamos adicionr mais alguns conceitos importantes para a escolha de um vinho. 1- ETAPAS DA HARMONIZAÇÃO O planejamento de uma harmonização é constituído de três etapas: 1) Analisar os componentes gustativos, texturas e aromas do prato; 2)Identificar o elemento-chave, que é o que mais se destaca no prato e, ao mesmo tempo avaliar o nível de intensidade de abor do prato; 3)Escolher uma harmonização por similaridade ou contraste, com base no elemento-chave e intensidade de sabor. Esta escolha pode ainda ser enriquecida se encontrarmos um vinho que traga mais de um elemento de combinação. Outro fato

Do Brasil para o mundo

EXPORTAÇÕES ALCANÇAM MARCA HISTÓRICA E PAÍS CONTINUA FOCADO EM CONSOLIDAR-SE COMO UM IMPORTANTE PRODUTOR MUNDIAL DE VINHOS DE QUALIDADE. Nem o dólar baixo segura nossos embarques. O ritmo de crescimento das exportações brasileiras é tal que o país aumentou seu faturamento em quase 530% entre 2003 e 2007. Segundo dados do Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho -, neste ano deveremos atingir o patamar recorde de US$ 6 milhões em vendas externas, o que representa um incremento de quase 50% em comparação com 2007. Boa parte desses resultados deve-se ao trabalho realizado pelo projeto Wines From Brazil, parceria entre o Ibavin e a Apex - Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento. Criado em 2002, ele visa contribuir para que o produtor consiga viabilizar seus embarques, oferecendo assessoria em comércio exterior e capacitação profissional e projetando os vinhos do país em feiras internacionais. Segundo projeções, as exportações dos produtores que fazem parte do Wines From

Brancos Cheios de Vida

O mundo do vinho se aprofunda dia a dia no estudo e na compreenção de si mesmo. É regido por uma série de regras, remotas e modernas, que servem de bússola e nos orientam em meio a um rio, sempre extenso, mas que agora abre novos braços São múltiplos meandros que se expandem no que que se refere aos vinhos de qualidade e deságuam sua cultura pelaa mais diversas regiões do planeta. Assim, certas teses embasadas na ciência e na prática milenar, que nos mostram o que e como beber com qualidade, são cada vez mais bem-vindas. É prudente, porém, não nos atermos a conclusões definitivas e generalizantes. Isto ocultaria um outro modo de chegar ao coração do conhecimento: a valorização das divergências, os descaminhos do vinho. Uma das idéias mais difundidas pelos praticantes e comentadores do assunto é que vinho branco seco não envelhece bem, já que o tanino éo principal conservante natural do vinho e o branco é praticamente isento dessa substância. Existem, porém, além dos brancos leves e pri

É bom saber!

Começar a se apaixonar por vinhos é uma tarefa fácil e prazerosa. Começar a entender do assunto é um desafio interessante e que exige dedicação. Convidamos o químico Erick Scoralick, especialista em aromas e professor de cursos sobre vinhos ministrados em empresas, para destacar algumas dúvidas comuns de iniciantes. Quais vinhos devo guardar? Depende do tipo de vinho e das regiões onde é produzido. Tintos: a maioria dos Bordeaux e dos Bourgogne; Barolos; Barbarescos; Chiantis (somente os Reserva); Brunellos; Supertoscanos: Reserva e Gran Reservas espanhóis; os vinhos top do Novo Mundo, além dos Reserva Colheita e Garrafeira de Portugal. Brancos: os de Bourgogne, Riesling da Alemanha e outras raras exceções. Espumantes: Champagne Safrada. Fortificados doces: quase todos. Docs colheita tardia: a grande maioria deles. Veja o preço para comprar vinhos pela internet. (clique aqui) Onde guardar? Em adegas climatizadas ou locais frescos. As adegas com controle de temperatura e umidade são uma

O que significa o termo "Bouchonné"?

A origem vem de bouchon, palavra francesa que significa rolha. É usado para indicar que o vinho está com um cheiro forte e muitas vezes estragado, devido à contaminação das rolhas de cortiça que, por serem de material vegetal, podem sofrer ataques de fungos. É um aroma que lembra cheiro de pano-de chão molhado e apenas pessoas treinadas são capazes de identifica-lo. Por que a maioria dos produtores ainda usa rolhas de cortiça e não adota as chamadas screw-caps (tampas metálicas de rosca) ou rolhas sintéticas? Porque a cortiça apresenta vantagens interessantes, como impermeabilidade, elasticidade, resistência e durabilidade, além de preservar o modo clássico de abrir o vinho. Vale lembrar que a cortiça também tem alguns problemas como risco de vazamentos e de doenças na rolha que podem ser indicadas quando o vinho não for de guarda, como a maioria dos brancos, rosés e tintos ligeiros e jovens.

Garrafa de Bolsa

Devido a diversas dúvidas e discussões sobre esse assunto fui atrás de outra matéria para colocar no blog. Matéria da revista divino ano 01 edição 01 Convidamos três especialistas para uma conversa sobre o polêmico sistema de levar o próprio vinho ao restaurante. Ainda pouco difundido no Brasil, o sistema criado e consagrado na Austrália, conhecido como "BYO" - sigla em inglês que responde por "bring you own" e pode ser traduzida como "traga sua própria garrafa" -, é visto por alguns restaurantes como um diferencial de arketing e por outros como uma possível perda de renda. Conta a história que o sistema nasceu em Melbourne após a 2ª Guerra Mundial, quando imigrantes húngaros donos de restaurantes buscavam um modo de servir vinhos sem ter que pagar a cara licença que autorizava a venda de bebidas alcoólicas. Na época, a cerveja estava em alta e as autoridades australianas não viam com bons olhos os restaurantes de imigrantes do Leste europeu. Permitir que

Regiões do Chile

O Chilé é um dos países produtores de vinho do chamado "Novo Mundo" que mais se destaca no nosso cenário atual. Não é por mero acaso que ele aparece como o segundo maior exportador de vinhos para o Brasil, na realidade, essa posição lhe é merecida: apesar da história ainda recente, este país conquistou os consumidores brasileiros produzindo vinhos corretos e ao mesmo tempo agradáveis ao nosso paladar! -Existem vários tipos de vinho -de vários países -de várias uvas -de todos os tipos -você pode beber -ou presentear -talvez guardar -viver o momento -degustar por vários dias -ou até mesmo -nem beber... -O vinho é como, é como -é como a vida! -Um brinde, ao vinho!

Região: Alentejo

O Alentejo possui uma tradição vitivinícola invejável. As primeiras videiras foram trazidas e plantadas pelos romanos, há cerca de 23 séculos atrás! No entanto, nos últimos dois séculos a cultura da vinha deixou de ser a grande vocação agrícola da região. Somente nós últimos 50 anos, o Alentejo foi finalmente redescoberto pelos amantes do vinho. Na verdade, o seu relevo plano e a sua posição meridional favoreceram a produção de vinhos glamurosos: a baixa umidade e a insolação perfeita durante o amadurecimento das uvas, permite uma vindima de frutas extraordinariamente propícias a feitura de vinhos intensos e macios, prontos ao consumo ou à guarda, características exigidas nos últimos anos pelo mercado consumidor de vinhos. Em geral, os Tintos desta região possuem cores fortes, aromas de frutos vermelhos maduros; na boca, mostram-se macios, frescos, equilibrados e com boa estrutura. Ja os brancos são aromáticos, frescos e harmoniosos. Passeado por esta sessão, você observará que nós tom

Vinhos Licorosos

Os vinhos licorosos surgiram há muitos séculos atrás como a primeira forma de se conservar um vinho. Os produtores perceberam que o álcool é um sonservante poderoso, e que as bebidas com grau alcoólico mais elevados permaneciam estáveis por períodos mais longos. No entanto, a estória de como surgiu o primeiro "vinho fortificado" nos é desconhecida. Nós apenas sabemos que os vinhos licorosos são ideais para abrir o apetite, iniciar refeições, terminar refeições, ou até mesmo, deixar aquela gemada com um gostinho de quero mais! Escolha o seu momento preferido para apreciá-los, e descubra porque eles conquistaram o mundo.

"Vinho é preciso"

Sim, são placas, mas nos fazem parecer dentro de catálogos de nossas importadoras de vinhos no Brasil: Gevrey Chambertim, Vougeot, Vosne Romanée, citando alguns nomes que vemos nas placas de uma estrada nacional entre Dijon e Beaune, na Borgonha. Piemonte, Toscana, Boudeaux, Rioja, Ribera del Duero, sempre assim. A Europa já faz vinhos há milhares de anos, é o velho mundo também para a vinicultura. Portugal evidentemente faz parte dessa turma toda, porém sua participação no mundo dos sonhos de enófilos mundo afora se resumiu por décadas ao soberbo "Barca Velha", que da genialidade de seu criador, surgiu a idéia de baixar a temperatura de fermentação com gelo trazido de geleiras montanha acima. Há mais de quarenta anos atrás, no mundo do vinho, temperatura de fermentação era aquela que a estação climática entregava. O tempo passou e a globalização dos conhecimentos já ganha perto de duas décadas, e se há no Velho Mundo, um mundo novo para a produção vinícola, esse país é Portu

Região: Beiras

Na época dos romanos, os vinhos eram produzidos em lugares esculpidos em rocha. Atualmente, esses grandes recipientes de pedra dificilmente são utilizados, no entanto, esta região é uma das mais tradicionais em seus meios de produção, utilizando com frequência pisa a pé, fermentação pelicular; barricas seculares... O resultado pode ser medido através de seus produtos, únicos: tintos encorpados, de feitio marcante, com capacidade para envelhecer com extraordinária nobreza, ganhando um bouquet esplenderoso, que os torna suaves e aveludados; brancos leves e frescos. São feitos de pequenos caprichos que somente esta região nos oferece... Dentro desta região você encontra ainda, duas regiões de marcadas DOC, Dão e Bairrada, com órgãos oficiais responsáveis pelo controle dos vinhos, visando à manutenção de suas características únicas, assim como de sua qualidade.

Vinhateiros que não "fabricam" vinho

Natural é o mínimo que todo vinho que almeja nobreza deveria ser, antes mesmo de querer ser bom ou de qualidade. Só quem trabalhou a terra com dignidade e amassou as próprias uvas com dedicação está apto a descrever a quê um vinho verdadeiro se assemelha. Infelizmente a grande maioria do público, incluindo boa parte dos profissionais da área, não sabe o que isso significa. A maioria dos formadores de opinião de hoje teve o gosto educado sob padrões definidos pela indústria, mesmo porque há várias gerações estamos nos afastando do que um dia foi, de fato, o vinho. Caminhamos na mesma direção de uma geração de crianças educadas à base de Fanta, que torce o nariz frente ao suco natural de laranja. Os elaboradores de vinhos naturais detestam o termo "fabricar vinho". Preferem pensar que apenas acompanham a transformação das uvas, posto que o bom vinho deve nascer no vinhedo. A este propósito, o brilhante vinhateiro biodinâmico Nicolas Joly, com a inteligência que lhe é peculiar,

Rumo à conquista de terras paulistas

O vinho toma o caminho do interior do Estado de São Paulo. O fenômeno já foi identificado em várias ocasiões. A capital lança tendências e as demais regiões vão paulatinamente adotando as novidades até se tornarem realidades nacionais. O vinho definitivamente se encontra neste processo. Desde 1990, com abertura do mercado nacional a produtos importados, o vinho trilha um caminho de crescimento de consumo entre os brasileiros. Não faltam obstáculos: tributação, logística, cultura, instabilidade econômica. Mas o período de crescimento econômico dos últimos anos, aliado à valorização do real frente ao dólar, está criando o cenário ideal para o "boom do vinho". De fato, a cidade de São Paulo já apresenta hábitos mais desenvolvidos quanto ao vinho. Nos últimos dez anos muitas importadoras surgiram. Os restaurantes se profissionalizaram cada vez mais e os espaços de interesse do vinho são múltiplos e variados. O interior do Estado sempre se apresentou reticente quanto ao consumo da

Supertoscanos

Conforme dito anteriormente, após a primeira regulamentação, muitos produtores se rebelaram com as regras estabelecidas na Toscana e passaram a adotar uvas e cortes seguindo suas próprias regras, sintonizados nas tendências globais de enologia. Com critérios rígidos de plantio, escolha de clones, condução de parreiras e vinificação, além do uso de varietais como Cabernet Sauvignon e Merlot, tais produtores obtiveram vinhos espetaculares que acabavam sendo enquadrados na denominação Vino da Tavola, a mais simples de todas. Com isso, vinhos sem "pedigree" passaram a frequentar as listas de premiados por júris e críticos de vinho, ganhando a denominação informal de Supertoscanos. As uvas brancas, adotadas no Chianti tradicional, foram abolidas e substituídas por tintas selecionadas. Muito destes vinhos foram concebidos como monovarietais, isto é, usando apenas um tipo de uva. Conheça os vinhos da toscana vendidos no Brasil (clique aqui). Clones de Sangiovese Vinicultores da Tosc

De Chianti a Montalcino

Terroirs da Toscana dão origem a obras-primas cultuadas por enófilos de todo o mundo. Nesta matéria, tudo o que é preciso saber para degustar um toscano com um prazer ainda maior. A história vinícola da Toscana é bastante antiga, remontando à época em que ali viviam os etruscos, povo cujo reinado foi anterior à expansão do Império Romano. Graças à pujança cultural e econômica no final da Idade Média, a Toscana é uma das regiões com maior documentação disponível a respeito das tradições e costumes vinícolas. Berço do Renascimento, cidades autônomas como Firenze (Florença) e Siena eram centros culturais e mercantis, e muitas das exportações de vinhos eram negociadas nestas cidades. Antes dominada pela cultura do trigo e das oliveiras, a região vê crescer em tamanho e importância o plantio de uvas para a produção vinífera a partir da sucessão de governos dos Médici. Desde esta época, o Chianti já era considerado o vinho mais valorizado da Toscana. Passados momentos de glória e de obscurid